sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Pesquisa da Anfavea mostra relação das pessoas com a mobilidade

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, apresentou em São Paulo, SP, os resultados de uma pesquisa nacional sobre a relação das diferentes gerações com a mobilidade. O projeto foi realizado pela Spry, startup de tecnologia que utiliza o sistema de crowdsourcing para otimizar a aplicação e abrangência do questionário.

Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, o conhecimento destas informações é fundamental para direcionar iniciativas da indústria:

“É muito comum vermos análises sobre a transformação da indústria automobilística, principalmente sobre o desejo de possuir ou apenas utilizar um automóvel. Contudo, sentíamos falta de ver estas afirmações calcadas em números que mostrem a realidade dos fatos. A pesquisa tem este objetivo: apresentar dados sobre a relação das pessoas com a mobilidade, inclusive para direcionar algumas ações da indústria”.

A pesquisa foi realizada durante três semanas de agosto em 11 capitais brasileiras: Belo Horizonte, MG, Brasília, DF, Curitiba, PR, Fortaleza, CE, Goiânia, GO, Manaus, AM, Porto Alegre, RS, Recife, PE, Rio de Janeiro, RJ, Salvador, BA, São Paulo, SP. Foram entrevistadas 1.789 pessoas, segmentadas pelas gerações Baby Boomers (acima de 56 anos), X (de 36 a 55 anos), Y (de 26 a 35 anos) e Z (até 25 anos).

Na avaliação de Megale, “os resultados foram surpreendentes”.

Desejo de ter um carro e de tirar a CNH 
Dentre alguns dos principais resultados, a pesquisa mostrou que 49% dos Baby Boomers e 50% da geração X afirmam ter carro. Este número cai para 39% na Y e 23% na Z. Entretanto, quando os que não tinham carros foram perguntados sobre o desejo de comprar um nos próximos cinco anos, 70% da geração Z, até 25 anos, e 69% tanto na geração X quanto na Y afirmaram que desejam adquirir um modelo.

No caso da CNH, apenas 35% da geração mais nova, a Z, estão habilitados, mas do que não estão, 91% disseram que pretendem se habilitar. Na geração de Y, de 26 a 35 anos, 52% possuem CNH e 80% dos que não têm pretendem tirar. Nos Baby Boomers e na geração X, 58% estão habilitados e daqueles que não estão, 24% e 59%, respectivamente, pretendem tirar.

“Isto mostra que o desejo de ter um veículo e também de ter a carteira de habilitação permanecem mesmo nas gerações mais novas. Ao juntar estes dados com outros sobre utilização e frequência de uso, fica claro que uma oferta variada de opções de transporte de qualidade é benéfica para a qualidade de vida da sociedade, mas que cada tipo tem seu papel e atende às necessidades dos consumidores de formas diferentes”, afirma Antonio Megale, presidente da Anfavea.

A pesquisa mostra ainda que algumas mudanças de fato começam na geração Y e se potencializam na geração Z. Quanto à utilização dos diferentes tipos de transporte, por exemplo, 36% dos respondentes das gerações dos Baby Boomers e da X dizem andar a pé, porém esse número sobe para 49% na X e 67% na Z.

O mesmo acontece com o uso de bicicletas: 9% dos Baby Boomers e da X utilizam esse modal, mas o número sobe para 14% na X e 18% na Z. A tendência se confirma também nos aplicativos de transporte, quando 29% dos Baby Boomers disseram utilizar esta modalidade, 30% da geração X, 39% da Y e 49% da Z.

Quando perguntados qual dos diferentes tipos era o preferido, todas as gerações apontaram o carro como o principal: 38% dos Baby Boomers, 42% da geração X, 41% da Y e 40% da Z – quem prefere carro aponta o conforto e a praticidade como principal atributo. O ônibus, que nas gerações dos Baby Boomers e X era de 15%, cai para 9% nas mais novas, o que pode demonstrar necessidade de modernização das linhas.

Outro destaque é com relação à frequência de uso destes tipos de transporte. A pesquisa aponta que aplicativos de transporte se apresentam como alternativa e não substituição de outros modais, mesmo nas gerações mais novas. Apenas 9% do total de respondentes utilizam apps de transporte todos os dias. Mesmo na geração Z, a mais conectada de todas, 93% já utilizaram aplicativos, mas apenas 13% usam mais de 3 vezes de semana.

Sobre o futuro do automóvel, 70% da geração Y e 66% da geração Z acreditam que o carro será o principal meio de transporte no futuro. Do total de respondentes, 34% acreditam que apps de transporte e carona compartilhada representam o papel do carro no futuro e 32% avaliam que o carro como conhecemos continuará sendo o principal meio de transporte. Apenas 3% acreditam que o carro vira item de museu.

Fonte: Assessoria de Imprensa Anfavea.


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