sexta-feira, 21 de julho de 2023

Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 21 bilhões nos últimos três meses com isenção de importação de produtos até US$ 50

 

Flávio Roscoe - Presidente da FIEMG.

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais faz campanha para o fim da tributação


O Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 21 bilhões nos últimos três meses com a isenção do imposto de importação de produtos de até US$ 50 vendidos pelo comércio eletrônico. É o que mostra o impostômetro criado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por meio da campanha Brasil Mais Competitivo ,  na qual defende tratamento igualitário na comercialização dos produtos para não afetar a produção nacional. Essa é uma demanda de toda a indústria que tem pedido ao governo federal que reveja o benefício para importados. 


Segundo o levantamento da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg, a perda de faturamento chegou a R$ 99 bilhões no ano passado com redução estimada de 1,1 milhão de vagas no mercado de trabalho (formais e informais) por conta de produtos que deixaram de ser fabricados no País, mas que chegaram ao consumidor por meio do comércio eletrônico. 


“Essa prática coloca o produto comercializado no Brasil em uma enorme desvantagem. Os benefícios para os produtos nacionais e importados precisam ser iguais. Não dá para competir com quem não é taxado”, avalia Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.


De acordo com o estudo, o faturamento caiu em setores específicos na mesma proporção em que as importações de produtos de pequeno valor aumentaram. Os setores mais afetados foram vestuário e acessórios, móveis e produtos diversos e máquinas e equipamentos.


O fechamento de vagas na indústria, na prática, também reduz o potencial de consumo do brasileiro. Em 2022, a perda de massa salarial chegou a R$ 2,5 bilhões. Isso equivaleria ao pagamento do Bolsa Família para quase 350 mil famílias e seria maior do que a massa salarial gerada pelo município de Montes Claros (MG). 


“O barato tem saído caro para o Brasil e para os brasileiros. Toda vez que uma compra é feita num site estrangeiro com o preço ‘bem baratinho’, os empregos no Brasil e consequentemente a renda e o poder de compra diminuem”, afirmou Roscoe.

Fonte: Sindijori.

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